quarta-feira, 21 de março de 2012

NORMOSE - A doença de ser normal

Todo mundo quer se encaixar num padrão.
Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar.
O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido.
Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de forma alguma
que está passando por algum problema. Quem não se "normaliza", quem não se
encaixa nesses padrões, acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os
outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e
outras manifestações de não enquadramento.
A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós?
Quem são esses ditadores de comportamento que "exercem" tanto poder sobre
nossas vidas?
Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou
assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença"
através de modelos de comportamento amplamente divulgados.
A normose não é brincadeira.
Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer ser o que não
se precisa ser. Você precisa de quantos pares de sapato?
Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão
chegar?
Então, como aliviar os sintomas desta doença?
Um pouco de auto-estima basta.
Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as
regras bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram personalidade própria e
arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo.
Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não
passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original.
Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude.
E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos
mentais e emocionais e tentam viver de forma mais íntegra, simples e
sincera. Para mim são os verdadeiros normais, porque não conseguem colocar
máscaras ou simular situações. Se parecem sofrer, é porque estão sofrendo. E
se estão sorrindo, é porque a alma lhes é iluminada.
Por isso divulgue o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos
homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e
felizes.

    Michel Schimidt
    Psicoterapeuta

quinta-feira, 15 de março de 2012

Os malefícios da fofoca

Boatos, inverdades e polêmicas. Estes são fatores que infectam o ambiente de trabalho e prejudicam a produtividade de uma organização. Historicamente, os fofoqueiros sempre estiveram presentes em qualquer empresa, independente do porte, segmento ou atuação. Com a exigência cada vez maior de postura profissional, este perfil vem diminuindo, mas ainda existe.

A pessoa que se promove por meio de fofocas geralmente quer atenção e se concentra em malefícios de terceiros para que possa se promover. Normalmente é inseguro, e precisa denegrir o outro para obter sucesso. “Costumo dizer que, quem fala de um, fala de todos. É só uma questão de oportunidade. Existe o fofoqueiro ativo e o passivo; aquele que faz o comentário e aquele que é condizente e escuta sempre”.

Existe uma linha muito tênue entre um simples comentário e uma fofoca e tudo irá depender da intenção e interpretação de ambas as partes. Quando falamos do conteúdo de uma mensagem, dependerá de quem a está emitindo e também recebendo. É recomendável também que a pessoa saiba o que e para quem falar sobre determinado assunto. A má interpretação dos fatos pode fazer com que o grupo todo se volte contra este profissional, dependendo de como a mensagem foi transmitida.

Uma das formas de evitar que informações se tornem fofoca é não emitir opiniões sobre os pares sem que estas pessoas saibam. Se for envolver o nome de outros indivíduos, o interessante é que eles estejam sempre cientes de sua posição. A maturidade e postura profissional também são fundamentais. “Caso saiba de algum boato sobre sua pessoa, o indicado é o funcionário saber selecionar o que realmente é verdade e evitar levar um sentimento de raiva ou vingança, pois, muitas vezes, o fofoqueiro foi quem distorceu o comentário antes de chegar a seu ouvido”.

Quando há um ambiente de fofoca muito grande no ambiente de trabalho, com certeza, as pessoas envolvidas não estão focadas em suas atividades. Muitas vezes, o fofoqueiro utiliza de seus artifícios para se beneficiar de alguma maneira e não está concentrado no resultado da equipe como um todo. “Mais de 80% das demissões ocorrem por problemas de conduta e não por falta de capacitação técnica”.

Postura do líder

O gestor é responsável pelo comportamento ético de seus liderados e sempre deve ter a postura de minimizar conflitos. Ele tem a obrigação moral de intervir se tomar conhecimento de inverdades circulando perante o grupo. Deve também administrar o ambiente e evitar que se propague o clima de mentiras e fofocas.

“O líder precisa conquistar a liberdade de conversar com todos da equipe e, ao identificar o fofoqueiro, deve saber trabalhar com o comportamento deste indivíduo para minar este hábito”. É papel do líder identificar rumores logo no início e combatê-los para não se propagarem perante seus subordinados.